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BALANÇO DE NATAL E O CASO DOS ESTILOSOS DE SUCESSO EM PRAIA DO CARIBE.

  • tguedesbarros
  • 24 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de out. de 2024

Chegou aquele momento do ano em que muitos de nós fazemos uma retrospectiva, decoramos a casa com enfeites de natal, sentimos nostalgia, relembramos dos que já se foram e desejamos os mesmos genuínos votos de paz, alegria, saúde de todos os anos. Também, é claro, surgem os criticadores, alegando hipocrisia, mau gosto e imperialismo à data. Eu posso entender as queixas, são necessárias. Mas ainda assim, gosto do natal, pois ele de certa forma nos coloca diante da nossa miséria.


Viver no mundo nunca foi fácil. Cansaço e desesperança tomam conta. São muitas injustiças que geram violências, medos, disfunções, angústias, incertezas. E que surpresa, 2023 não foi diferente. Situação desesperadora na Palestina, grupos empobrecidos e famintos e, no Brasil, mais sangue de crianças (a lista continua, você pode enumerar as desgraças aí do outro lado da tela). Criamos uma sociedade doente e nada parece melhorar. Nem mesmo o tanto de drogas lícitas e ilícitas que consumimos.


Há algumas semanas atrás, estava no meu tédio e solidão fuçando o Instagram dos outros... (é, também faço isso... ) e me deparei com as fotos de um antigo amigo - hoje diplomata - com a sua recente segunda esposa - médica - em praia do caribe. Ele, um gato, ela também. Ele: toca violão, fala umas cinco línguas e é gente boa pra caramba. As fotos incríveis, os dois lindos, estilosos, musculosos, gente de sucesso, aproveitando suas férias numa praia paradisíaca. Por cinco minutos senti que minha vida era um completo fracasso. Fui tomada pela ilusão de que não havia vida decente fora daqueles parâmetros.


O fato é que todos nós, em maior ou menor grau, somos atravessados pelas tragédias e também pelas ideologias que vão se formando diante do desejo permanente dos seres humanos em não sofrer e em não perder. Nossas vidas na maior parte do tempo são umas lutas travadas para atingirmos esse mínimo de satisfação e sensação de dignidade.


E por que eu gosto do natal? Porque creio e ritualizo essa história do menino Jesus, o Deus que encarnou no mundo e que mesmo tendo a glória total não se vangloriou dessa imensidão e nasceu sem holofotes em um contexto histórico de império e exploração.


Para mim, essa narrativa é contra-cultural o suficiente para superar ansiedades, frustrações, injustiças sem ter que me armar com as mesmas armas que critico.


Gosto de, a cada fim de ano, relembrar do nascimento de Jesus e de como sua vida impacta a minha e a de muita gente dois mil anos depois. A justiça começa em nós, num desejo convicto de fazer melhor o nosso entorno, sem parcialidade e com perdão, esse conceito tão complicado...


Perdão não é esquecer a injustiça, perdão é limpar a raiva e tornar-se uma pessoa melhor do que aquela que foi ferida. Perdão é ter a mania de ser alegre. É renascer mais belo ainda. Essa é a vitória desse cristo e essa é minha mensagem de fim de ano. Que seu coração seja aquecido por essa luz brilhante. Graça e paz!

 
 
 

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